As fortes chuvas que voltaram a atingir a Grande São Paulo desde a noite de ontem provocaram novos transtornos no fornecimento de energia elétrica. Na manhã de hoje, mais de 50 mil imóveis permaneciam sem luz em diferentes pontos da região metropolitana.
De acordo com dados divulgados pela concessionária Enel às 10h57, um total de 51.728 clientes estavam sem energia elétrica, o que representa cerca de 0,6% da área atendida na Grande São Paulo.
Na capital paulista, a situação também preocupa. 32.323 pontos estavam sem fornecimento de energia, equivalente a 0,55% do território da cidade, segundo informações da concessionária.
Entre os municípios mais afetados está Juquitiba, onde aproximadamente 14% dos imóveis foram impactados. Ao todo, 2.508 unidades, de um total de 17.893, permaneciam sem energia, fazendo da cidade a mais prejudicada da região metropolitana.
O novo episódio ocorre poucos dias após um grande apagão registrado na última semana. Há oito dias, a Grande São Paulo foi atingida por uma forte ventania provocada pela passagem de um ciclone extratropical, com rajadas de vento próximas a 100 km/h. Na ocasião, cerca de 2,2 milhões de pessoas ficaram sem energia. A normalização do sistema levou mais de cinco dias e só foi concluída na última segunda-feira.
Diferentemente do evento anterior, o temporal registrado entre ontem e hoje está associado à passagem de uma frente fria, e não a um ciclone. A previsão meteorológica já indicava instabilidade, com possibilidade de chuva intensa, descargas elétricas e rajadas de vento. A partir de hoje, a tendência é de redução das chuvas, com queda gradual das temperaturas.
Diante da recorrência dos problemas no fornecimento de energia, o governo federal anunciou que deve romper o contrato com a Enel em São Paulo. A decisão ocorre após solicitações da Prefeitura da capital e do Governo do Estado. O anúncio foi feito pelo governador Tarcísio de Freitas, pelo prefeito Ricardo Nunes e pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve conduzir os próximos passos do processo, que pode resultar na substituição da concessionária responsável pelo serviço no estado.