O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que o Brasil realizará até o fim do primeiro trimestre de 2026 um novo leilão para contratação de até 3 GW de potência de usinas hidrelétricas, com capacidade instalada de até 50 MW.
A medida foi destacada durante o evento no Observatório Nacional da Transição Energética, em Brasília, após a conclusão do Leilão A-5 em 22 de agosto. O ministro ressaltou a relevância estratégica das hidrelétricas para o país, tanto na geração de empregos quanto no desenvolvimento econômico, lembrando que o Brasil detém 11% da água doce do planeta.
No Leilão A-5, foram contratados 816 MW médios, a um preço médio de R$ 392,84/MWh, com deságio de 3,16%. O resultado deve gerar aproximadamente R$ 8 bilhões em investimentos, distribuídos em 65 empreendimentos localizados em 13 estados. Além do impacto econômico direto, a execução desses projetos envolverá o uso de 90 toneladas de aço, 2 milhões de metros cúbicos de concreto e a geração de cerca de 50 mil empregos, com destaque para a região Sul, que concentrou a maior parte das iniciativas.
Durante a cerimônia, a presidente da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (AbraPCH), Alessandra Torres, destacou a importância de tornar o planejamento da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mais determinativo em relação à energia de base, com o objetivo de agilizar processos de licenciamento, como ocorre nas usinas térmicas. Segundo ela, o cenário é propício para mudanças regulatórias, sobretudo com as Medidas Provisórias em debate.
A executiva também ressaltou o papel das pequenas centrais hidrelétricas não apenas no setor elétrico, mas também no enfrentamento das mudanças climáticas, por meio de projetos que ajudam a mitigar questões de uso da água. Além disso, reforçou que a fonte hidrelétrica é complementar a outras matrizes renováveis, como a eólica e a solar.
O Brasil possui atualmente mais de 1.500 usinas hidrelétricas em operação, número ainda inferior ao de países como China (27 mil), Alemanha (7 mil) e Áustria (5 mil). Mesmo assim, o país é reconhecido pela expertise em engenharia e pela disponibilidade de recursos hídricos, fatores que reforçam seu potencial de expansão nessa área.