Prejuízo somou R$ 21,5 bilhões, segundo relatório anual da Aneel
As perdas totais de energia elétrica no Brasil durante o ano de 2024 somaram R$ 21,5 bilhões, conforme apontado no relatório anual divulgado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Desse total, R$ 11,2 bilhões correspondem a perdas técnicas — aquelas relacionadas às limitações físicas da rede —, enquanto R$ 10,3 bilhões referem-se às chamadas perdas comerciais, também conhecidas como perdas não técnicas ou “gatos”.
A distribuidora com maior participação nas perdas comerciais foi a Light, do Rio de Janeiro, responsável por cerca de 22% do volume de perdas na baixa tensão. Em seguida aparecem a Amazonas Energia, com pouco mais de 12%, e a Enel São Paulo, com aproximadamente 7%. No total, as dez distribuidoras com maiores volumes de perdas não técnicas concentraram 74% do prejuízo nessa categoria.
Segundo a Aneel, as perdas não técnicas têm como principais causas os furtos de energia (ligações clandestinas, desvios diretos da rede), fraudes (adulterações nos medidores), além de falhas de leitura, medição e faturamento. Esses fatores estão diretamente relacionados à gestão das concessionárias e às condições socioeconômicas das regiões onde atuam.
As concessionárias de grande porte, com mercado superior a 700 GWh, respondem pela maior parte dessas perdas devido à extensão de suas áreas de concessão e à maior complexidade em coibir irregularidades.
O custo aproximado das perdas técnicas foi calculado com base no volume perdido e no preço médio da energia nos processos tarifários de 2024, desconsiderando tributos. Desses, cerca de R$ 1,5 bilhão teve reconhecimento tarifário nas redes básicas.
Apesar da Light liderar em volume absoluto de perdas não técnicas, a região Norte apresentou o maior índice proporcional, com 19,5% de desvios, quase o dobro das perdas técnicas, que foram de pouco mais de 10%. No Sudeste, os percentuais são semelhantes: 6,6% de perdas não técnicas frente a 6,2% de perdas técnicas.
De forma geral, as perdas totais representaram cerca de 14% da energia injetada no sistema em 2024, sendo 7,4% relativas às perdas técnicas (44,6 TWh) e 6,6% às perdas não técnicas (40,2 TWh). O relatório também destaca uma tendência de crescimento nas perdas desde 2008, quando o total perdido foi de 55,7 TWh, contra os 84,8 TWh registrados em 2024.
Para acessar o relatório completo da Aneel, clique aqui.